E continua-se o enredo maligno teatral incorpóreo da vida.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Faltaram-me as horas, Quando nossos mares se estranharam Em uma tempestade aterradora A qual não haveria vencedores Se não o afogamento de ambos. Aplaudimos juntos a mesma mentira mesurada Assim como as palavras em vão Que um diagnosticava ao outro. Restringimos o que sobrou de nós A uma pequena cápsula lasciva de amor Para tentarmos manter vivo O que já não podia viver. Velamos juntos o mesmo cadáver Com finalidades diferentes. Dialogamos em um desentendimento incomum... Premeditando a solidão dolorosa. Quantas duvidas ficaram espalhadas as milhas Por todo o chão batido de lastima. Não houve controvérsia Na conclusão de nossos pecados... Eu fiquei estático na sala, Enquanto minha alma foi espreitá-la na janela Vendo sua ultima partida... Derrotados, ambos sabíamos
Que não podíamos acordar os mortos.
sábado, 22 de novembro de 2008
Não se vá ambigüidade profana Pois mesmo que os dias faleceram Ainda se pode matar alguma coisa Que não sejam as horas que se esvaem aos jorros Na pele mortuária. Prega-se o aroma das velas, Das cinzas matinais, rezas sem vida, vidas sem rezas... ...como se todos velassem Silenciosamente e incondicionalmente A contagem regressiva da vida.
Até onde chegara esse espírito maligno humano?... Se não trevas adentro!... Assisto todos os demônios dias O enorme patamar em que a dor alcança, O tilintar das taças e estouro de champagne. Atravesso mares de lágrimas (quantos cadáveres já me deparei boiando Ou acreditando que ainda podem viver.). Quantos corações foram abertos Acreditando em contra versos Ou naquele inimaginario e ditoso amor sempre esperado. (muitos já julgam ser apenas mais uma de tantas lendas.). Não sei em que a fé hoje consiste, Senão ao que se pode tocar e ver na incongruência das mentes vazias. Deus!!!...Senhor dos desgraçados, Rogo, não por mim... Mais por aqueles que ainda têm essência nos olhos. Salvai-os desse caldeirão infernal Ao qual fomos de mãos dadas atados. (não pedirei por mim... ...seria impetulância de meu cadáver.). Eu rio da merchandagem que o homem em extorque, Balbucio incógnitas as minhas grotescas feridas. Observo-me atônico a tudo que perpassa no caos Em que tudo se transforma... A humanidade me comove a alma.
Pus-me a sorrir, Quando ela debruçada ao meu corpo Ofereceu-me tal recompensa... Amor... Pela primeira vez a olhei estapafúrdio Diferentemente dos outros verões Aos quais eu, como homem Comprometia-me somente a satisfação De meus desejos.
(nunca mais a vi com os mesmos olhos serenos)
Indagava-me com toda sua força Uma resposta com um simples gesto, um olhar, um sorriso... ...uma blasfêmia. Petrifiquei-me diante de tal revelação tão absurda Ao meu espírito aventureiro. Deveria eu então sair Sem nunca dar-lhe uma resposta, Levantar-me, caminhar sem olhar para traz.
(o mais sensato pareceu ocorrer-me aos relâmpagos)
Porem algo além de mim Prendia o meu eu ao dela. Não interroguei-me em momento algum Ao qual ou a que estava subordinado. Aos solavancos reentreguei-me ao martírio Sufocante que uma única palavra me submeteu. Amor?...(indagou-me ela com sua voz esperançosa)
(dês desse dia nunca mais invadimos um a alma do outro, Mal nos olhávamos.....paraiva sempre a mesma frase quando nos Encontrávamos.)
Não chorei naquele dia cinzento, Como em todos os outros dias que antecederam A dor matinal e seu encerramento glorioso Por não ter extinguido a própria chama. Não me veio mortuária dor alguma Ou os cancerígenos sorrisos temporãos. As mãos não estremeceram, Sem o enrijecimento das pernas Acompanhado do medo dos dias que viram E dos que já se comprometeram. Por um breve momento as dores me espreitaram Receosas pelo que me borbulhava entre as entranhas E tomava forma sem um nome de batismo. Não houve nem uma vontade de decifrar enigmas, Ou achar soluções banais para problemas cotidianos. Foi o único dia em que fiquei feliz por ver a solidão vaguear dentro de mim, Assombrando o que já não podia mais sentir medo. Por um único dia nada temi, O consumi em pequenos goles para aproveitalo ao seu extremo, E ao tardar do dia transbordei em lagrimas como nunca... Talvez pela certeza de que essa fosse à única vez, Que a esperança haveria de me visitar.