Claro de Luna

sábado, 19 de julho de 2008

Nostalgia


Resta aos tolos embriagar-se da vida
Em profundos goles gélidos de asneiras,
Balbuciar perspectivas a frivolidade cega dos corpos
E brindar a falta de bom censo e egocentrismo
Que abita em cada cúpula humana.
Perder o que se chama de sentido
Na pregação divergente do estampido
Que cegou a humanidade inteira.
Ouvem-se os sinos dos calabouços e ninguém se lamenta,
Quando um anjo se parte.

Inconstância


Engasguei-me com o silêncio,
Pigarreei escárnios constantes,
Devotei amor às estalactites de minhas lagrimas.
Prostei-me ao espelho,
Sem reflexo moribundo de meus dias
Ou a face anciã de meus medos.
Conjurei em turbilhões de nostalgia
A fada morta dos anseios.
Reli minhas historias, minha dores, meus amores, muitos segredos
E nada me comportou a serenidade dos mortos.
Procuro algo que não consta nos ficheiros,
(o espelho me acusa de descaso.)
Sou a sentença viva
De que algo pode ser completamente triste
Nem uma palavra ou gesto me consola,
Bóia e afunda no mar do holocausto.
Nada que escrevo significa algo,
Se não o prelúdio da morte
Que sentencia aos poucos meus dias
Em uma contagem regressiva aterradora...
...nos poucos dias que vivi,
Nunca houve brilho algum em meus olhos.