Claro de Luna

sábado, 18 de outubro de 2008

Holocausto


Até onde chegara esse espírito maligno humano?...
Se não trevas adentro!...
Assisto todos os demônios dias
O enorme patamar em que a dor alcança,
O tilintar das taças e estouro de champagne.
Atravesso mares de lágrimas
(quantos cadáveres já me deparei boiando
Ou acreditando que ainda podem viver.).
Quantos corações foram abertos
Acreditando em contra versos
Ou naquele inimaginario e ditoso amor sempre esperado.
(muitos já julgam ser apenas mais uma de tantas lendas.).
Não sei em que a fé hoje consiste,
Senão ao que se pode tocar e ver na incongruência das mentes vazias.
Deus!!!...Senhor dos desgraçados,
Rogo, não por mim...
Mais por aqueles que ainda têm essência nos olhos.
Salvai-os desse caldeirão infernal
Ao qual fomos de mãos dadas atados.
(não pedirei por mim...
...seria impetulância de meu cadáver.).
Eu rio da merchandagem que o homem em extorque,
Balbucio incógnitas as minhas grotescas feridas.
Observo-me atônico a tudo que perpassa no caos
Em que tudo se transforma...
A humanidade me comove a alma.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

O hipócrita




Pus-me a sorrir,
Quando ela debruçada ao meu corpo
Ofereceu-me tal recompensa...
Amor...
Pela primeira vez a olhei estapafúrdio
Diferentemente dos outros verões
Aos quais eu, como homem
Comprometia-me somente a satisfação
De meus desejos.

(nunca mais a vi com os mesmos olhos serenos)

Indagava-me com toda sua força
Uma resposta com um simples gesto, um olhar, um sorriso...
...uma blasfêmia.
Petrifiquei-me diante de tal revelação tão absurda
Ao meu espírito aventureiro.
Deveria eu então sair
Sem nunca dar-lhe uma resposta,
Levantar-me, caminhar sem olhar para traz.

(o mais sensato pareceu ocorrer-me aos relâmpagos)

Porem algo além de mim
Prendia o meu eu ao dela.
Não interroguei-me em momento algum
Ao qual ou a que estava subordinado.
Aos solavancos reentreguei-me ao martírio
Sufocante que uma única palavra me submeteu.
Amor?...(indagou-me ela com sua voz esperançosa)

(dês desse dia nunca mais invadimos um a alma do outro,
Mal nos olhávamos.....paraiva sempre a mesma frase quando nos Encontrávamos.)

Amor?......
...não, obrigado!...

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Dia...


Não chorei naquele dia cinzento,
Como em todos os outros dias que antecederam
A dor matinal e seu encerramento glorioso
Por não ter extinguido a própria chama.
Não me veio mortuária dor alguma
Ou os cancerígenos sorrisos temporãos.
As mãos não estremeceram,
Sem o enrijecimento das pernas
Acompanhado do medo dos dias que viram
E dos que já se comprometeram.
Por um breve momento as dores me espreitaram
Receosas pelo que me borbulhava entre as entranhas
E tomava forma sem um nome de batismo.
Não houve nem uma vontade de decifrar enigmas,
Ou achar soluções banais para problemas cotidianos.
Foi o único dia em que fiquei feliz por ver a solidão vaguear dentro de mim,
Assombrando o que já não podia mais sentir medo.
Por um único dia nada temi,
O consumi em pequenos goles para aproveitalo ao seu extremo,
E ao tardar do dia transbordei em lagrimas como nunca...
Talvez pela certeza de que essa fosse à única vez,
Que a esperança haveria de me visitar.