Claro de Luna

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Dia...


Não chorei naquele dia cinzento,
Como em todos os outros dias que antecederam
A dor matinal e seu encerramento glorioso
Por não ter extinguido a própria chama.
Não me veio mortuária dor alguma
Ou os cancerígenos sorrisos temporãos.
As mãos não estremeceram,
Sem o enrijecimento das pernas
Acompanhado do medo dos dias que viram
E dos que já se comprometeram.
Por um breve momento as dores me espreitaram
Receosas pelo que me borbulhava entre as entranhas
E tomava forma sem um nome de batismo.
Não houve nem uma vontade de decifrar enigmas,
Ou achar soluções banais para problemas cotidianos.
Foi o único dia em que fiquei feliz por ver a solidão vaguear dentro de mim,
Assombrando o que já não podia mais sentir medo.
Por um único dia nada temi,
O consumi em pequenos goles para aproveitalo ao seu extremo,
E ao tardar do dia transbordei em lagrimas como nunca...
Talvez pela certeza de que essa fosse à única vez,
Que a esperança haveria de me visitar.

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