Claro de Luna

sábado, 28 de junho de 2008

Hodierno


Nesse vasto mundo de tecnologia,
Não precisamos nos importar com nada,
Pois o mundo nos empurra goela abaixo
Doses exageradas de televisões, rádios,
Propagandas estampadas em nossos rostos e corpos...
Modelos do anonimato...
Jogos de futebol televisionados, lutas livres, corridas...
Sim... agora somos homens modernos,
Na santa paz de nossos lares,
Fronte a maquina de hipnose,
Que nos alimenta todos os santos dias, de bestialização.
Chamemos as crianças,
Com seus olhos de desenho animado e programas infantis.
E seus mundos felizes de brinquedos, que os farão tão quantos...
Vêem nas propagandas.
Em seus olhos vazios e o repudio aos livros,
Vemos nosso abençoado futuro ao qual nos orgulhamos tanto.
Chamemos nossas mulheres,
Com suas poses e sentimentos fictícios de novela,
Programas culinários e suas alta piedade,
Pois as atrizes das novelas e programas,
São mais lindas do que elas.
E seus maridos as observam atentos e sedentos, de desejo puritano.
...chamemos nossos cachorros,
Pois é uma ocasião especial para todos
Que querem se tornar bons e pacatos zumbis urbanos...
Alimentos plastificados para o bem
De toda a humanidade...
...estamos salvos!
...graças ao homem...
...e não a Deus.

Antonio Soares

terça-feira, 24 de junho de 2008

Balaio

Coloco em palavras
Canções proibidas
Desfechos antigos
Frestas,feridas´
Problemas propostos
Colosso
Masmorra brutal
Imposição macabra
Pesadelo recente
Nenhum precedente
Antecessor do caos
Desdobro a magia
Não creio em linhas
Me pertuba a fadiga
Antropofagia latina
Latrina diária
Ironia de Zeus
Holocausto ou breu?
Mais um ateu
Balaustre da arte
Platéia aplaude
Meu palco é a vida
Ironias á parte
Não
Não à faço sofrida
Ás imortal.

por: Antonio Soares e Lincoln Éder Lerner

segunda-feira, 23 de junho de 2008

O vazio


Foi a mim que o cometa cegou
Dilacerando a carne doente...
...encontrei-me conturbado e cego
Fissurado em sandices vis
Que me devoram por dentro,
Em grandes reboliços de anarquia.
Geme o algoz em minhas profundezas,
Devorando-me de dentro para fora,
Prostrando em minhas entranhas
Que ele faz parte de mim.
Sim...
Foi a mim que o cometa aboliu
E eu sorri quando vi meu reflexo no espelho,
(deu-me pena esse ser grotesco.)
Encontrei apenas um labirinto e seu findamento
Com o vazio suprimindo meu nome.

...Dantesca é minha plenitude,
Tão quanto será meu desfecho...

Eis me aqui a ovelha má abençoada,
O fruto que não vingou...
A semente que se tornou erva daninha...
As palavras rudes e repugnantes,
Que assombram os verdadeiros poetas.

Eis me aqui corroído pelo medo,
Escondido por de traz dos pilares das palavras...
(Acostumei-me a trucidar sonhos e devorá-los faminto de mim.)

Deixei-me em uma estrada qualquer
E esqueci-me de encontrar-me de novo...

domingo, 22 de junho de 2008

Amor,Dor enfim Espença


Dor:
Canto a morte em sua ronda eterna,
Quando me embalo no balsamo maldito.

Amor:
Danço amor de pele nua,
Como quem baila em delírios.

Dor:
Não verei nada senão o salão ao final, deserto...
E minhas pernas tremulam de frio.

Amor:
Ao vazio preencho com meu ruído,
Ao frio me trago em vestias de Sol intenso.

Dor:
Sou filha das lágrimas...
A noite é meu guia.

Amor:
Então és irmã da alegria...
À noite te guia, sim te guia.
Mas quem te ilumina é a Lua.
E eu estarei em ti até nessa hora
Pois sendo Sol, tenho por minha esposa a Lua.

Dor:
Não tires o que de mim já me pertence...
O coração é inaudível aos seus cantos,
Mas convém aos meus lamentos...
Sou a rainha que tudo finda...:

Amor:
Nada tiro tudo levo,
Nada nego.
Modifico, toco, trago e me apego...
Se lamentos deseja...
Então aos seus me uno, não tiro o som, somente os mudo.
Se de fato és rainha,
Então me prostro súdito.
Mas dos meus impostos... arrecadará não só meus frutos,
Carregarás em sua coroa
Meus amores, miúdos, miúdos.

Dor:
E o verdadeiro vilão, pois o mundo é cruel,
Mórbido e inconstante.
Tua inocência traz a todos a desculpa...
E no final só lamento aos meus braços...
Renego ti!

Amor:

Nesse mundo de crueldade,
De moços e vilões,
De morbidez e inconstância,
A inocência e o perdão
Nada, nada mais são do que nomes de danças.
Se o lamento está em seus braços...
Conduza como deves.
Invada seu espaço, possua seu corpo,
O mira no profundo do seu olhar:
E eu dançarei ao redor, com a felicidade...
Mas nada tema oh! Dor:
Porque ao final do baile
Serão somente seus meus ardentes lábios.

Dor:
Escute o penar ao longe
Meu delírio é constante
Pois vem de mim meu filho rancor...
Dançaremos então nesse baile de mascaras.

Amor:
Oh! Dor desvairada! O que foste tu fazer?
Avisei-te para que não desses ouvidos a mentira,
Rolou nas dunas da loucura...
E embrenhastes como um animal no cio,
Agora me apresenta o seu rebento.
Assim seja minha amada!
Assumirei o seu pecado...
O embalarei durante a noite,
Mas o rancor carregará também meu nome,
Será Rancor de Amor Perdoado...

Dor:
Nunca fui somente dor,
Já vi ao menos um dia a alvorada e seu entardecer...
Es minha sina te digo...
Suportar o que ao mundo não convém.

Amor:
Já basta de sandices!
O mundo nada nos traz...
No mundo nós criamos,
O que queremos buscamos.
Calo teus lábios dolorosos,
Tomo posse do seu todo,
Possuo-te,
Possuo-te,
E te consumo...
Afinal minha Dor, sou tua cura!
É do meu gozo fértil,
Que te banhas e se deita plena...
Sussurrando que ao Amor,
Somente a ele, entrega-se.

Dor:
Tome de mim oque ainda é humano...
Torne-me seu cálice...
E te direi... Em um sussurro breve:
Que um dia já fui tua...
E hoje aqui me encontro.
Um astro doido a boiar,
Pela ânsia de te mirar em outros mundos...
Querer-te e te querendo... Tornei-me o que me banha sempre...

Amor:
Ah! Buscas-me tão distante...
Quando me encontro em Ti,
"verás-me em todos os olhares, ouvir-me-ás de todos os lábios"
Dor repousas agora...

Seu Amor vela por ti.

por: Antonio Soares (Dor) e Princesa Lara (Amor)


(dedico esse poema a vênus, por ter me mostrado que a vida é magnifica e que Na vida, não vale tanto o que temos nem tanto importa o que somos. Vale o que realizamos com aquilo que possuímos e, acima de tudo, importa o que fazemos de nós.Você sempre estará em mim vênus obrigado por tudo...)

sábado, 21 de junho de 2008


Não avistei o pássaro azul,
Matei-o a punhaladas
Antes que me vise entre as sombras
E me trouxesse alegria.
Recebia no momento outra visita
Que há tempos vive
Em meu campo lírico.
Matei-o sem piedade, escrúpulos, humanismo ou compreensão...
Não me veio o nojo...
E me contento com isso
Apenas a frieza... Nada a mais, algo a menos.
(tenho noção que foi uma morte covarde.).
Meus dias são densos e turvos como neblina,
Não me sinto em nem uma estância.
Minhas mãos estão sujas de sangue
E os cálices estão cheios... Trasbordados de mesmice.
Deus chora sobre as covas rasas que deixei...
Não me importo por quase nada
Apenas pela minha fadonha despedida
Que julgo ser longe dos olhos de todos.
(não haverá saudade se não da tristeza por mim.)
Não sou digno de piedade,
Carrego em mim estigmas
Que me ponderam todos os dias
Que me é lavrado os campos do ódio.
Não avistei o pássaro azul
Matei-o a punhaladas
Com plena convicção
De que meu sangue é frio e amargo.
Antonio Soares

Búrburio


Um brinde a Deus
E um elogio a insanidade
Enquanto minha alma se desfacela
Em um labirinto de mediocridade.
Pena de mim por agora...
Pena de nós por amanhã
E sse lodo que nos contamina
E nos afunda cada vez que nos mexemos
Desviando a vida aos sonhos .
Já não nos reconhecemos,
Mas as vestis falam por mim...
Por nós...pelo mundo.
Círculo vicioso a qual nós nos comprometemos
Dês da primeira mentira...
Primeiro beijo.
Somos fadados a viver
De mãos dadas a esperança,
Sempre começando...
Começando.
Guerra travada com a vida
Dês do primeiro segundo em que respiramos.
(entre tristezas e alegrias batalhamos)
Guerra sem sentido?
Talvez não saberei em vida
E a morte me diga
Em um sussurro frio
Calando-me, eternamente.
Antonio Soares

Mal

Tenho em mim criado
Na profundeza de meus olhos tristes
Um mal antes retumbado
E hoje clama ser livre,
Alimentado do melhor de mim,
Criado com mimos de pai devotado
Consumindo ate mesmo palavras
Dessa poesia debaltada.
Já nem sei o que vem a seguir...
Talvez a demência dos homens apaixonados
Ou o suicídio dos poetas loucos,
Que já criaram seus sentimentos
Bons e eternos filhos que lembram
Seus grandes e magníficos pais...
Enquanto o meu ainda é ignoto
E não conhece a vida...
...escrevo já sem rimas
E meu mal puxa minha blusa
Chamando-me de pai
E exigindo ser posto a viver no mundo...
Antonio Oliveira