Claro de Luna

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008


Cálidas gotas possuem o rosto...
Apele em vermelhada, mãos suadas,
Olhos atônitos, palavras gaguejadas
Para uma futura frase perdida, lagrima postiça...
Mentiras aceitas... Desculpas refeitas
E continua-se o enredo maligno teatral incorpóreo da vida.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008


Faltaram-me as horas,
Quando nossos mares se estranharam
Em uma tempestade aterradora
A qual não haveria vencedores
Se não o afogamento de ambos.
Aplaudimos juntos a mesma mentira mesurada
Assim como as palavras em vão
Que um diagnosticava ao outro.
Restringimos o que sobrou de nós
A uma pequena cápsula lasciva de amor
Para tentarmos manter vivo
O que já não podia viver.
Velamos juntos o mesmo cadáver
Com finalidades diferentes.
Dialogamos em um desentendimento incomum...
Premeditando a solidão dolorosa.
Quantas duvidas ficaram espalhadas as milhas
Por todo o chão batido de lastima.
Não houve controvérsia
Na conclusão de nossos pecados...
Eu fiquei estático na sala,
Enquanto minha alma foi espreitá-la na janela
Vendo sua ultima partida...
Derrotados, ambos sabíamos
Que não podíamos acordar os mortos.

sábado, 22 de novembro de 2008


Não se vá ambigüidade profana
Pois mesmo que os dias faleceram
Ainda se pode matar alguma coisa
Que não sejam as horas que se esvaem aos jorros
Na pele mortuária.
Prega-se o aroma das velas,
Das cinzas matinais, rezas sem vida, vidas sem rezas...
...como se todos velassem
Silenciosamente e incondicionalmente
A contagem regressiva da vida.

sábado, 25 de outubro de 2008

Por amor!




Eu ja fiquei triste
Eu já tremi e chorei
Já quiz saltar para o inferno
Já cerrei meus pulsos
Já apaguei as pistas
Já me escondi atrás dos muros
Eu fiquei triste, eu lembro
Eu desejei morrer
Mas morrer significaria te enterrar comigo
Eu sofri muito eu digo
Eu gritei alto
Eu chorei até perder
Perder as forças no meu corpo
Mas eu lembrei de vc.


Ao meu amado Adamah que habita meu âmago e se eternizou em mim
Andreia Gomes (Princesa lara)

sábado, 18 de outubro de 2008

Holocausto


Até onde chegara esse espírito maligno humano?...
Se não trevas adentro!...
Assisto todos os demônios dias
O enorme patamar em que a dor alcança,
O tilintar das taças e estouro de champagne.
Atravesso mares de lágrimas
(quantos cadáveres já me deparei boiando
Ou acreditando que ainda podem viver.).
Quantos corações foram abertos
Acreditando em contra versos
Ou naquele inimaginario e ditoso amor sempre esperado.
(muitos já julgam ser apenas mais uma de tantas lendas.).
Não sei em que a fé hoje consiste,
Senão ao que se pode tocar e ver na incongruência das mentes vazias.
Deus!!!...Senhor dos desgraçados,
Rogo, não por mim...
Mais por aqueles que ainda têm essência nos olhos.
Salvai-os desse caldeirão infernal
Ao qual fomos de mãos dadas atados.
(não pedirei por mim...
...seria impetulância de meu cadáver.).
Eu rio da merchandagem que o homem em extorque,
Balbucio incógnitas as minhas grotescas feridas.
Observo-me atônico a tudo que perpassa no caos
Em que tudo se transforma...
A humanidade me comove a alma.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

O hipócrita




Pus-me a sorrir,
Quando ela debruçada ao meu corpo
Ofereceu-me tal recompensa...
Amor...
Pela primeira vez a olhei estapafúrdio
Diferentemente dos outros verões
Aos quais eu, como homem
Comprometia-me somente a satisfação
De meus desejos.

(nunca mais a vi com os mesmos olhos serenos)

Indagava-me com toda sua força
Uma resposta com um simples gesto, um olhar, um sorriso...
...uma blasfêmia.
Petrifiquei-me diante de tal revelação tão absurda
Ao meu espírito aventureiro.
Deveria eu então sair
Sem nunca dar-lhe uma resposta,
Levantar-me, caminhar sem olhar para traz.

(o mais sensato pareceu ocorrer-me aos relâmpagos)

Porem algo além de mim
Prendia o meu eu ao dela.
Não interroguei-me em momento algum
Ao qual ou a que estava subordinado.
Aos solavancos reentreguei-me ao martírio
Sufocante que uma única palavra me submeteu.
Amor?...(indagou-me ela com sua voz esperançosa)

(dês desse dia nunca mais invadimos um a alma do outro,
Mal nos olhávamos.....paraiva sempre a mesma frase quando nos Encontrávamos.)

Amor?......
...não, obrigado!...

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Dia...


Não chorei naquele dia cinzento,
Como em todos os outros dias que antecederam
A dor matinal e seu encerramento glorioso
Por não ter extinguido a própria chama.
Não me veio mortuária dor alguma
Ou os cancerígenos sorrisos temporãos.
As mãos não estremeceram,
Sem o enrijecimento das pernas
Acompanhado do medo dos dias que viram
E dos que já se comprometeram.
Por um breve momento as dores me espreitaram
Receosas pelo que me borbulhava entre as entranhas
E tomava forma sem um nome de batismo.
Não houve nem uma vontade de decifrar enigmas,
Ou achar soluções banais para problemas cotidianos.
Foi o único dia em que fiquei feliz por ver a solidão vaguear dentro de mim,
Assombrando o que já não podia mais sentir medo.
Por um único dia nada temi,
O consumi em pequenos goles para aproveitalo ao seu extremo,
E ao tardar do dia transbordei em lagrimas como nunca...
Talvez pela certeza de que essa fosse à única vez,
Que a esperança haveria de me visitar.