Claro de Luna

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Não Houve


Não houve lembrança alguma,
Quando deram lhe a noticia de que havia partido
E minhas ultimas palavras foram por teu nome.
Não houve lagrimas.
Supôs tristeza,
E na primeira primavera esqueceu-me por completo.
Não houve o claro abril celeste
E suas manhãs arcaicas,
Onde me impregnava de esperança
Trazendo-me alvoradas festivas de dois corpos.
Trancou-me junto às vestimentas,
Os quadros a dois e meus utensílios
Em um armário qualquer pela casa.
Secou minhas lagrimas por todo o chão
Com descaso,
Varreu dos cantos meus risos
Sem nem um cuidado,
Abafou meus segredos com uma musica qualquer,
Afastando minha presença de seus dias.
Foste ao jardim das auroras com outros olhos,
Ateando fogo no local que cultivei
O amor de meu pensamento.
(um velório ameno, para uma vida de desconforto.).
O que mais perturba minha alma
Não é ter me extinguido
E definhado por causas vãs.
Minha perturbação é não ter percebido
Que mais do que eu foi sepultado
Nas terras frias padecentes.

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