Não venho aqui exaltar as dores,
Essas falam por si.
Venho dizer as ultimas palavras
Há quem um dia me devotei em amor.
Rompi o selo do peito,
Abortei-me da vida
Em um singelo gesto harmonioso de dor.
Brandei minha alma torturada
No véu dos sonhos finitos.
Desagüei-me nesses últimos versos,
Pois nada me resta a temer,
Se não pelo vazio dos ossos
Que murmurarão meus segredos aos vermes.
Entreguei-me a exaustão que tudo finda, selando-me.
Não chore por mim,
Quem me reza tão distante.
Nessa hora o musgo selará minhas pálpebras,
A vertiginosa espuma tomará minha boca sem anseio
E meu corpo se resumira em um silêncio profundo e traiçoeiro.
Venho dizer ao meu amor (mesmo que seja pequeno),
Que podes descansar em meu peito
Que nada mais nos aflige,
O poço onde brotam as lagrimas secou,
Os túmulos estão selados
E os fantasmas se foram
Levando-me consigo.
Repousa em meus ossos
Os sentimentos humildes que nunca escrevi,
Não é necessário temer-me mais
Pois a carruagem dos mortos
Atropelou-me a vida
Libertando-me do cárcere em que me encontrava.
Não venho exaltar dor alguma
Essas por si só já me tomaram mais que o tempo.
Vim dizer apenas ao meu amor que não chores,
Pois repouso na eternidade de seus sentimentos.
Antonio Soares
Essas falam por si.
Venho dizer as ultimas palavras
Há quem um dia me devotei em amor.
Rompi o selo do peito,
Abortei-me da vida
Em um singelo gesto harmonioso de dor.
Brandei minha alma torturada
No véu dos sonhos finitos.
Desagüei-me nesses últimos versos,
Pois nada me resta a temer,
Se não pelo vazio dos ossos
Que murmurarão meus segredos aos vermes.
Entreguei-me a exaustão que tudo finda, selando-me.
Não chore por mim,
Quem me reza tão distante.
Nessa hora o musgo selará minhas pálpebras,
A vertiginosa espuma tomará minha boca sem anseio
E meu corpo se resumira em um silêncio profundo e traiçoeiro.
Venho dizer ao meu amor (mesmo que seja pequeno),
Que podes descansar em meu peito
Que nada mais nos aflige,
O poço onde brotam as lagrimas secou,
Os túmulos estão selados
E os fantasmas se foram
Levando-me consigo.
Repousa em meus ossos
Os sentimentos humildes que nunca escrevi,
Não é necessário temer-me mais
Pois a carruagem dos mortos
Atropelou-me a vida
Libertando-me do cárcere em que me encontrava.
Não venho exaltar dor alguma
Essas por si só já me tomaram mais que o tempo.
Vim dizer apenas ao meu amor que não chores,
Pois repouso na eternidade de seus sentimentos.
Antonio Soares
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