Temo meu trágico fim
Por muitas razões obscuras
As quais eu não quero saber
Senão pela boca de Deus.
Me arrependo
(quais são esses que na beira da morte não se arrependem?)
por não ter dado de mim coisa melhor ao mundo
E minhas sementes morrerem
Antes mesmo de germinarem.
A valsa dos mortos é a musica
Que embala minha morte,
Antes que eu viva.
Tudo se tornou tão vazio...
Os quadros...
A cama a dois...
A mesa feita...
Os sorrisos que tomam conta de mim...
Será essa a ultima hora da minha chama
Que a morte há anos esqueceu de verificar
Se ainda existia fogo...
Ao contrário de muitos, quero esquecer tudo
Quando me for à gruta dos sepultados vivos
Onde não é permitida a palavra
E tudo se baseia na mentira
(Mentira dos olhos que enganam)
Sei o que me espera no futuro
E somente eu tenho permissão de chorá-lo...
...O espelho me mostra o grande poço
De desilusão em que me tornei.
(Não choro mais... nunca mais chorarei)
E quando da morte que se tornou essa vida, eu partir...
...Que da minha esperança nasça uma rosa
E da minha raiva cresçam os espinhos.
Antonio Soares
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