Que cantem para mim os corvos
Quando o vel da noite repousar sobre minhas angustias
E o vento sacudir meu espírito fraco e vergonhoso.
Contemplo esse canto que minha alma esala amargurada
Nos cantos vazios de meu coração
Ressonando ecos de solidão
Que minha cama...
...meus risos...
...minhas palavras não disfarção.
Não temo a noite
Pois tenho uma escuridão pior a me preocupar...
Dentro de mim,
Onde vejo ao longe uma grande lapide
Escrita com sangue meu nome,
Fúnebre, triste, gelada, incrédula vindo rumo a mim.
Meus medos de criança se foram junto a ela
Quando o mundo gritava
E as lagrimas de minha mãe se tornavão minhas.
Os anos se passão e as dores não murchão
Aflorescem no meu campo encharcado de antigas fortunas
Amassando os brotos de alegria que restavão
Sobre a guerra dos demônios e santos
Inflamada nos meus olhos, mente e garganta.
Quantas coisas perdi olhando durante anos
Somente para dentro de mim,
Velando sem aprender a rezar, pela minha alma
Que se perdeu na teia de minha vergonha.
A noite é tão magnífica...
Poucos parão para ver as estrelas
Aproveito cada segundo marcado Com medo de morrer
se dormir solitário.
Antonio Soares
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