Claro de Luna

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Triste Canção


Estão cantando para mim?
Nem ao menos me avisaram
Desse canto ou lamento,
Que antes de chegar o firmamento
Fez todos de joelhos balbuciar perto de mim.
É estranho esse enredo
Que ao chegar sempre me esqueço
Onde lapida o monstro devaneio,
Fugaz dança dos homens sem medo,
Que desconfio viver dentro de mim.
Não poderia ser a sorte
Pois a verdade sempre me entope,
E as causas se destorcem,
Deixando minhas palavras sem começo ou fim.

Estão todos cantando para mim?
Se nem ao menos é dia festivo,
A garoa traz com ela o granizo
E no coração a plenitude é o vazio,
(as velas estão acesas talvez para espantar os espíritos.).
Quem dirá adeus à saudade
Se sempre a vaidade renasce
No musgo da falsidade
Onde roubaremos o fruto dos Deuses.
Que se exorcize essa maldição
Da tristeza sempre se mastiga o pão
E do ódio é servida a bebida.
(Um brinde...
Saberemos nós, se essa é a despedida?)

Estão todos cantando para mim?
Não sinto mais a incrédula fadiga,
O crepúsculo traz consigo as dores e as feridas,
Que me perseguem nesse dia sem fim.

Antonio Soares

Um comentário:

Unknown disse...

Totalmente oportuno.Profundo sem ser intelectualmente mórbido,bacana sem ser vazio.
Jogo de palavras bem feito.