Claro de Luna

sábado, 21 de junho de 2008


Não avistei o pássaro azul,
Matei-o a punhaladas
Antes que me vise entre as sombras
E me trouxesse alegria.
Recebia no momento outra visita
Que há tempos vive
Em meu campo lírico.
Matei-o sem piedade, escrúpulos, humanismo ou compreensão...
Não me veio o nojo...
E me contento com isso
Apenas a frieza... Nada a mais, algo a menos.
(tenho noção que foi uma morte covarde.).
Meus dias são densos e turvos como neblina,
Não me sinto em nem uma estância.
Minhas mãos estão sujas de sangue
E os cálices estão cheios... Trasbordados de mesmice.
Deus chora sobre as covas rasas que deixei...
Não me importo por quase nada
Apenas pela minha fadonha despedida
Que julgo ser longe dos olhos de todos.
(não haverá saudade se não da tristeza por mim.)
Não sou digno de piedade,
Carrego em mim estigmas
Que me ponderam todos os dias
Que me é lavrado os campos do ódio.
Não avistei o pássaro azul
Matei-o a punhaladas
Com plena convicção
De que meu sangue é frio e amargo.
Antonio Soares

Um comentário:

Anônimo disse...

Assassino!!! kkkk
Muito bom o poema, gostei muito. No início parece previsivel, mas logo ele foge para o "imprevisível" q todo poema bom tem!