Claro de Luna

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Versejo VIII


Era manha quando dei por falta de mim,
Vi o que havia restado se não magoa industrialmente conservada
E minha cólera naufragada em minhas rimas.
Eu quis amar, sendo que do homem é furtiva essa busca insana
A qual não saciada esvaece-se aos poucos a alegria.
Eu como promontório ao qual me tornei fatigado
pelas escolhas de um caminho ao qual abdiquei,
Desejei um velório justo ao que um dia acreditei ser eu.
Não gritei em frenesia quando todos partiram,
pois já me era esperado as Antilhas solitárias
aos quais muitos foram amaldiçoados
por querer mais do que deviam...amor.
O que resta a uma tempora destilada e mórbida
que não saliva em estase de vida?
(sendo que tudo que morre um dia vinga...)
Acredito que aquela sim, foi minha primeira manhã,
Ao qual sentir-me como veras ser a verdade:
Matéria, tempo e espaço vazios,
perdido em um mundo de espasmos.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

sacrifice


Não atenuei sua massa cinzenta corpórea,
A desejei em espasmos distantes
Como quem ama só por contemplar o findar milagroso do dia.
Por variadas e insanas vezes
Quis tornar-me um sorriso, uma lembrança, um desejo qualquer nas jardas de sua vida.
Não me comportei a vertigem alguma
Se não de tela por um breve espaçamento de tempo e meus longínquos rastros.
Acalentei-me nos teus sonhos,
Como quem espiona um inimigo mortal.
Vi em testemunho seu bradar, lacrimejar, seus dias de ódio e fúria
Assim como os incisivos planos, o gozo terrestre e os arcanjos mimos e ternuras.
Abneguei minha opacidade e a exatidão tão efêmera
Que me alastrava a desértica alma em honra ao teu nome.
Busquei os floridos jardins invés das masmorras úmidas.
Fiz do meu medo tua ponte.
E por quantas vezes foi prenunciada a lastima em meu colo abafando seus soluços
Por outra alma estapafúrdia
Eu a levei ao porto quando quis partir...
E assisti mudo...
Estático enquanto minha alma se desvencilhava de meu corpo.
Afeiçoei-me a sua existência.
E você nunca o saberá.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

ébrio





Quando em minha alvorada vier devotar-me o amor,
Manda-o ir embora, pois já me açoita o balaustre.
Diga a esse impostor que é demasiada tardia o vingar de sua antologia bipolar.
(De certo que me fizeste falta,
Em outras primaveras sombrias.)
Traga-me a ave agourenta dos segundos
Onde os corvos banquetearam sobre as disipulas dores maciças,
Para que liberto eu possa vangloriarme dessa despedida.
Que eu, cárcere de minha alma, possa enfim amar incondicionalmente a alma devaneia.
Que os bons ventos o tragão a minha estância
E que em meu âmago seja feito o seu lar.
Bem dizidos são aqueles que sobre suas incostancias
Encontran-se elevados nas trombetas celestiais do amor.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

invólucro


Pende-se tudo que um dia vinga cair,
Assim como o coração tem seu tanto, nem pouco fardo de tristeza.
Por ventura quase nunca indagamos,
Prolixos, pateticamente coerentes a quem sacuda a coroa de cardumes e visgo.
Não devotamos lagrimas alguma a qualquer ser espartano adjacente aos condóminos desta capsula lasciva de anceios Puritanos.
Desejamos o bem querer anbíguo da vertente de nossas fontes, onde Jora-se as margens placitas turbilhões de mentiras invertebradas.
Para assim, indigeridos de nós mesmos, confortarmo-nos da ideia de que somos seres sociáveis.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

poema



A quem acompanhe em navios

Futuras quimeras desmembradas, goles profundos de sonhos,

alguns suspiros de adeus.

Na palavra embalsamada nos lábios, o silencio que antecede um Deus,

Alguns gorjeiam como gralhas a malha,

Outros destilam em taças Orfeu.

sábado, 27 de junho de 2009

Side


De certo que foi lançado o albatroz
A lacuna dos pilares se dissolve em morgados nós.
O aperto na garganta da saudade dos contos gregorianos
A valsa dos movimentos puros desnudados.
Se lhe é ofertada, que se viva o calmario destino.
Avante! Antes que brande a corrente celeste
Dos frutos silvestres de um crime feliz.

domingo, 28 de dezembro de 2008


Iludir-se...
Transbordar a taça craniana
Do vazio ilusório que esta cheio
Agarar-se enquanto se cai
Nas sísmicas ranhuras dos pensamentos.
Saudade intransigente de fatos.
Moldes rotulados na perpicasia incoerente.
Ira enlatada sem validade.
Algo que doa...
Tudo que afoga...
Nada que valha a pena um cinismo.