Claro de Luna

terça-feira, 9 de dezembro de 2008




Repousa nas profundezas esguias
O promontório sentimento ilegível.
Protótipo humano malevolente com mil caminhos extirpados,
Maneiras tétricas de encaminhamento
E o desenvolvimento incapaz de sua anatomia fecunda.
O único sentimento que destingiu e eleva o homem dos animais...


...não mais nos desintoxica.

Se me perco no escuro
É procurando o que quer que seja de rastro,
Uma fagulha de luz
Ou um diagnóstico de pensamento.
Caminho em passos curtos, ralos
Como quem se adianta ao seu funéreo destino.
Penosamente sou a coerência dos pensamentos indagáveis,
Indigeríveis são os meus meios e seu ápice
De coerência remota destilada.
Velo o amor que persiste em coagir-me,
O mergulho em uma porção considerável de labirintos intermináveis.
Finjo a tristeza humana calamitosa e fadonha
Que com suas mãos abre os poços insanos,
Para assim, iludido; Abandonar-me esse sentimento moribundo.
Eu enlouquecido com a podridão do reflexo de minha carne,
Envaideço-me de delírio
E do segredo da caixa de pandora que esculpi.
De que vale um corpo?
Se corre ao oposto a essencia.
Eu algoz: presídio de minha alma,
Ancoro meu navio fantasma de sonhos
Nas ilusórias paginas perdidas da esperança...
...cambaleio todos os dias
Tombando a morte,
Renasço todo dia futuro
Como um corvo desalinhado por um golpe sutil e fatal
Tornando-se um promontório vazio e desolado.
Se me perco no escuro
É porque observo estático e impregnado de dor...

...o fim.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008


Cálidas gotas possuem o rosto...
Apele em vermelhada, mãos suadas,
Olhos atônitos, palavras gaguejadas
Para uma futura frase perdida, lagrima postiça...
Mentiras aceitas... Desculpas refeitas
E continua-se o enredo maligno teatral incorpóreo da vida.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008


Faltaram-me as horas,
Quando nossos mares se estranharam
Em uma tempestade aterradora
A qual não haveria vencedores
Se não o afogamento de ambos.
Aplaudimos juntos a mesma mentira mesurada
Assim como as palavras em vão
Que um diagnosticava ao outro.
Restringimos o que sobrou de nós
A uma pequena cápsula lasciva de amor
Para tentarmos manter vivo
O que já não podia viver.
Velamos juntos o mesmo cadáver
Com finalidades diferentes.
Dialogamos em um desentendimento incomum...
Premeditando a solidão dolorosa.
Quantas duvidas ficaram espalhadas as milhas
Por todo o chão batido de lastima.
Não houve controvérsia
Na conclusão de nossos pecados...
Eu fiquei estático na sala,
Enquanto minha alma foi espreitá-la na janela
Vendo sua ultima partida...
Derrotados, ambos sabíamos
Que não podíamos acordar os mortos.

sábado, 22 de novembro de 2008


Não se vá ambigüidade profana
Pois mesmo que os dias faleceram
Ainda se pode matar alguma coisa
Que não sejam as horas que se esvaem aos jorros
Na pele mortuária.
Prega-se o aroma das velas,
Das cinzas matinais, rezas sem vida, vidas sem rezas...
...como se todos velassem
Silenciosamente e incondicionalmente
A contagem regressiva da vida.

sábado, 25 de outubro de 2008

Por amor!




Eu ja fiquei triste
Eu já tremi e chorei
Já quiz saltar para o inferno
Já cerrei meus pulsos
Já apaguei as pistas
Já me escondi atrás dos muros
Eu fiquei triste, eu lembro
Eu desejei morrer
Mas morrer significaria te enterrar comigo
Eu sofri muito eu digo
Eu gritei alto
Eu chorei até perder
Perder as forças no meu corpo
Mas eu lembrei de vc.


Ao meu amado Adamah que habita meu âmago e se eternizou em mim
Andreia Gomes (Princesa lara)

sábado, 18 de outubro de 2008

Holocausto


Até onde chegara esse espírito maligno humano?...
Se não trevas adentro!...
Assisto todos os demônios dias
O enorme patamar em que a dor alcança,
O tilintar das taças e estouro de champagne.
Atravesso mares de lágrimas
(quantos cadáveres já me deparei boiando
Ou acreditando que ainda podem viver.).
Quantos corações foram abertos
Acreditando em contra versos
Ou naquele inimaginario e ditoso amor sempre esperado.
(muitos já julgam ser apenas mais uma de tantas lendas.).
Não sei em que a fé hoje consiste,
Senão ao que se pode tocar e ver na incongruência das mentes vazias.
Deus!!!...Senhor dos desgraçados,
Rogo, não por mim...
Mais por aqueles que ainda têm essência nos olhos.
Salvai-os desse caldeirão infernal
Ao qual fomos de mãos dadas atados.
(não pedirei por mim...
...seria impetulância de meu cadáver.).
Eu rio da merchandagem que o homem em extorque,
Balbucio incógnitas as minhas grotescas feridas.
Observo-me atônico a tudo que perpassa no caos
Em que tudo se transforma...
A humanidade me comove a alma.