É apenas mais uma noite fria, triste e solitária
Como todas as outras...
Todas...
...Os olhos não suportam o peso das lágrimas
E Brandam a desaguar sobre a torrente
De doenças incuráveis,
As quais posteriormente falecerei
Sem saber ao menos seus nomes.
Sei que findo aos poucos e que cada dia
Aproximo mais da lapide gelada
E de ver meu amor só,
Chorando o que não tinha percebido
E que ao chegar meu findo
Deu-se o valor necessário e justo
Ao que um dia fui eu.
(a pior das mortes é saber que se morre lentamente de tristeza)
Morro...
Já não querendo morrer.
A noite é um tormento
Quando o sono se põe inimigo
E a mente um único pensamento martela,
A casa parece ser mais vazia do que é.
(ou será apenas meu coração?)
O que sobrou alem do silêncio?
Dos poemas mal escritos?
Dessa terrível doença
Que põe meus joelhos a dobrar ao chão...
...E a insônia, insônia, insônia!
(ó meu Deus como quero dormir!).
A cama parece um deserto
Onde sou mais um dos tantos enfermos.
Sempre me dói no peito... sempre me dói.
A solidão se mostra mais amiga que nunca
E faz companhia às dores que antecedem a morte lenta,
Que o silencio e a solidão
Anunciam dentro de mim.
Sempre me dói no peito... sempre me dói.
Nunca foi vergonha chorar somente para mim,
Por isso meu palco é fechado sem platéia,
Confinado num labirinto de profundezas
Que pertencem aos meus olhos.
(estou morrendo e não posso fugir)
O tempo passa e somente o relógio parece ser lento...
...Fugaz melancolia que se apega a esse corpo.
As horas passam...Os dias passam...
Os meses se propagam...
E somente uma certeza...
A de que estou me petrificando.
Sempre me dói no peito...sempre me dói.
(não sei por que, tanta dor em mim explode
Se só as minhas me cobrem quando tento dormir.).
Antonio Soares
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