Claro de Luna

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

poema



A quem acompanhe em navios

Futuras quimeras desmembradas, goles profundos de sonhos,

alguns suspiros de adeus.

Na palavra embalsamada nos lábios, o silencio que antecede um Deus,

Alguns gorjeiam como gralhas a malha,

Outros destilam em taças Orfeu.

sábado, 27 de junho de 2009

Side


De certo que foi lançado o albatroz
A lacuna dos pilares se dissolve em morgados nós.
O aperto na garganta da saudade dos contos gregorianos
A valsa dos movimentos puros desnudados.
Se lhe é ofertada, que se viva o calmario destino.
Avante! Antes que brande a corrente celeste
Dos frutos silvestres de um crime feliz.

domingo, 28 de dezembro de 2008


Iludir-se...
Transbordar a taça craniana
Do vazio ilusório que esta cheio
Agarar-se enquanto se cai
Nas sísmicas ranhuras dos pensamentos.
Saudade intransigente de fatos.
Moldes rotulados na perpicasia incoerente.
Ira enlatada sem validade.
Algo que doa...
Tudo que afoga...
Nada que valha a pena um cinismo.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008




Repousa nas profundezas esguias
O promontório sentimento ilegível.
Protótipo humano malevolente com mil caminhos extirpados,
Maneiras tétricas de encaminhamento
E o desenvolvimento incapaz de sua anatomia fecunda.
O único sentimento que destingiu e eleva o homem dos animais...


...não mais nos desintoxica.

Se me perco no escuro
É procurando o que quer que seja de rastro,
Uma fagulha de luz
Ou um diagnóstico de pensamento.
Caminho em passos curtos, ralos
Como quem se adianta ao seu funéreo destino.
Penosamente sou a coerência dos pensamentos indagáveis,
Indigeríveis são os meus meios e seu ápice
De coerência remota destilada.
Velo o amor que persiste em coagir-me,
O mergulho em uma porção considerável de labirintos intermináveis.
Finjo a tristeza humana calamitosa e fadonha
Que com suas mãos abre os poços insanos,
Para assim, iludido; Abandonar-me esse sentimento moribundo.
Eu enlouquecido com a podridão do reflexo de minha carne,
Envaideço-me de delírio
E do segredo da caixa de pandora que esculpi.
De que vale um corpo?
Se corre ao oposto a essencia.
Eu algoz: presídio de minha alma,
Ancoro meu navio fantasma de sonhos
Nas ilusórias paginas perdidas da esperança...
...cambaleio todos os dias
Tombando a morte,
Renasço todo dia futuro
Como um corvo desalinhado por um golpe sutil e fatal
Tornando-se um promontório vazio e desolado.
Se me perco no escuro
É porque observo estático e impregnado de dor...

...o fim.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008


Cálidas gotas possuem o rosto...
Apele em vermelhada, mãos suadas,
Olhos atônitos, palavras gaguejadas
Para uma futura frase perdida, lagrima postiça...
Mentiras aceitas... Desculpas refeitas
E continua-se o enredo maligno teatral incorpóreo da vida.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008


Faltaram-me as horas,
Quando nossos mares se estranharam
Em uma tempestade aterradora
A qual não haveria vencedores
Se não o afogamento de ambos.
Aplaudimos juntos a mesma mentira mesurada
Assim como as palavras em vão
Que um diagnosticava ao outro.
Restringimos o que sobrou de nós
A uma pequena cápsula lasciva de amor
Para tentarmos manter vivo
O que já não podia viver.
Velamos juntos o mesmo cadáver
Com finalidades diferentes.
Dialogamos em um desentendimento incomum...
Premeditando a solidão dolorosa.
Quantas duvidas ficaram espalhadas as milhas
Por todo o chão batido de lastima.
Não houve controvérsia
Na conclusão de nossos pecados...
Eu fiquei estático na sala,
Enquanto minha alma foi espreitá-la na janela
Vendo sua ultima partida...
Derrotados, ambos sabíamos
Que não podíamos acordar os mortos.