Claro de Luna

sábado, 27 de junho de 2009

Side


De certo que foi lançado o albatroz
A lacuna dos pilares se dissolve em morgados nós.
O aperto na garganta da saudade dos contos gregorianos
A valsa dos movimentos puros desnudados.
Se lhe é ofertada, que se viva o calmario destino.
Avante! Antes que brande a corrente celeste
Dos frutos silvestres de um crime feliz.

domingo, 28 de dezembro de 2008


Iludir-se...
Transbordar a taça craniana
Do vazio ilusório que esta cheio
Agarar-se enquanto se cai
Nas sísmicas ranhuras dos pensamentos.
Saudade intransigente de fatos.
Moldes rotulados na perpicasia incoerente.
Ira enlatada sem validade.
Algo que doa...
Tudo que afoga...
Nada que valha a pena um cinismo.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008




Repousa nas profundezas esguias
O promontório sentimento ilegível.
Protótipo humano malevolente com mil caminhos extirpados,
Maneiras tétricas de encaminhamento
E o desenvolvimento incapaz de sua anatomia fecunda.
O único sentimento que destingiu e eleva o homem dos animais...


...não mais nos desintoxica.

Se me perco no escuro
É procurando o que quer que seja de rastro,
Uma fagulha de luz
Ou um diagnóstico de pensamento.
Caminho em passos curtos, ralos
Como quem se adianta ao seu funéreo destino.
Penosamente sou a coerência dos pensamentos indagáveis,
Indigeríveis são os meus meios e seu ápice
De coerência remota destilada.
Velo o amor que persiste em coagir-me,
O mergulho em uma porção considerável de labirintos intermináveis.
Finjo a tristeza humana calamitosa e fadonha
Que com suas mãos abre os poços insanos,
Para assim, iludido; Abandonar-me esse sentimento moribundo.
Eu enlouquecido com a podridão do reflexo de minha carne,
Envaideço-me de delírio
E do segredo da caixa de pandora que esculpi.
De que vale um corpo?
Se corre ao oposto a essencia.
Eu algoz: presídio de minha alma,
Ancoro meu navio fantasma de sonhos
Nas ilusórias paginas perdidas da esperança...
...cambaleio todos os dias
Tombando a morte,
Renasço todo dia futuro
Como um corvo desalinhado por um golpe sutil e fatal
Tornando-se um promontório vazio e desolado.
Se me perco no escuro
É porque observo estático e impregnado de dor...

...o fim.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008


Cálidas gotas possuem o rosto...
Apele em vermelhada, mãos suadas,
Olhos atônitos, palavras gaguejadas
Para uma futura frase perdida, lagrima postiça...
Mentiras aceitas... Desculpas refeitas
E continua-se o enredo maligno teatral incorpóreo da vida.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008


Faltaram-me as horas,
Quando nossos mares se estranharam
Em uma tempestade aterradora
A qual não haveria vencedores
Se não o afogamento de ambos.
Aplaudimos juntos a mesma mentira mesurada
Assim como as palavras em vão
Que um diagnosticava ao outro.
Restringimos o que sobrou de nós
A uma pequena cápsula lasciva de amor
Para tentarmos manter vivo
O que já não podia viver.
Velamos juntos o mesmo cadáver
Com finalidades diferentes.
Dialogamos em um desentendimento incomum...
Premeditando a solidão dolorosa.
Quantas duvidas ficaram espalhadas as milhas
Por todo o chão batido de lastima.
Não houve controvérsia
Na conclusão de nossos pecados...
Eu fiquei estático na sala,
Enquanto minha alma foi espreitá-la na janela
Vendo sua ultima partida...
Derrotados, ambos sabíamos
Que não podíamos acordar os mortos.

sábado, 22 de novembro de 2008


Não se vá ambigüidade profana
Pois mesmo que os dias faleceram
Ainda se pode matar alguma coisa
Que não sejam as horas que se esvaem aos jorros
Na pele mortuária.
Prega-se o aroma das velas,
Das cinzas matinais, rezas sem vida, vidas sem rezas...
...como se todos velassem
Silenciosamente e incondicionalmente
A contagem regressiva da vida.